É racional imaginar que uma doença seja menos pior do que duas ou mais alterações instaladas no organismo, concorda? Pois é mais ou menos isso o que acontece com a obesidade.
A obesidade já traz problemas por si só, mas ela também aumenta a chance de desenvolvimento de outras doenças/ complicações. E aí é que as coisas vão piorando, pois o que antes havia um quadro de doença a ser tratada, pode ser que agora a pessoa tenha que se preocupar com o tratamento da primeira e dos outros problemas de saúde que vieram a aparecer – por conta da primeira, inclusive. Mas essa explicação anterior foi para chegar ao termo Síndrome
Metabólica, que se trata justamente de um conjunto de alterações (metabólicas) no organismo, sendo que a obesidade atua de forma central nisso.
Como a circunferência abdominal aumentada representa um risco cardiovascular, avalia-se a obesidade (nesse caso) pelos critérios: IMC > 30 kg/m² ou circunferência abdominal > 80 em mulheres e circunferência abdominal > 94 em homens. Ou seja, aqui há parâmetros para identificar que a pessoa pode estar com excesso de peso devido a um excesso de gordura no corpo. Porém, para ser Síndrome Metabólica é necessário enquadrar-se nesse quesito anterior e mais em pelo menos dois dos quatro parâmetros a seguir: níveis aumentados de triglicerídeos (≥ 150 mg/dL), nível reduzido de HDL- colesterol (< 40 mg/dL em homens e < 50 mg/dL em mulheres), pressão arterial aumentada (sistólica ≥ 130 mmHg e diastólica ≥ 85 mmHg) e glicemia de jejum aumentada (≥ 100 mg/dL ou se já tiver diagnóstico de diabetes tipo 2).
Enfim, tudo isso é para mostrar que a obesidade é uma doença. Ela também aumenta a chance para o surgimento de outras complicações. A depender de quais e quantas complicações associadas à obesidade surjam, o indivíduo passa a ter um quadro de Síndrome Metabólica, o que obviamente vai afetar ainda mais negativamente na qualidade de vida da pessoa. Por tanto, ao primeiro sinal de que o peso está aumentando fora do controle, procure o quanto antes ajuda de um Nutricionista e médico, para que não chegue a desenvolver a Síndrome Metabólica.
Abaixo segue uma referência:
Maury E, Brichard SM. Adipokine Dysregulation, Adipose Tissue Inflammation
and Metabolic Syndrome. Molecular and Cellular Endocrinology, 2010.